Recebi esse comentário aqui no blog.
"Olá, meu nome é Patricia, meu filho se chama Isaac e no dia 03 de outubro/13 ele teve uma convulsão, estava eu me vestindo para trabalhar e ele estava na cozinha, quando escuto um grito estranho dele e o baque da queda, corri depressa e quando vi ele tava tremendo e se debatendo no chão ficou com os lábios roxo até que senti que ele ficou sem respirar, fiquei totalmente sem reação só gritava pedindo ajuda, até que minha vizinha veio e fez respiração boca a boca e massagem foi que ele abriu os olhos e voltou a respirar, medi sua glicose e estava em 70 foi ai que não consegui entender nada, levei ele depressa pro pronto socorro mais próximo, mas me senti impotente, em desespero, foi horrível."
Nosso filho também já teve hipo com convulsão, não desejo pra ninguém.
Respondi pra Patricia que antes de chamar qualquer socorro é importante corrigir a hipo com um
um carboidrato simples, sem gordura e sem farinha, porque senão a glicemia pode baixar mais ainda antes de subir. Mel, sachê de glicose, água com açúcar, pastilhas de glicose ou mesmos açúcar puro, isso é o ideal pra corrigir rapidamente uma hipo. E no caso de uma hipo severa com convulsão injetar o glucagon.
Esse artigo da SBD - Sociedade Brasileira de Diabetes explica bem como cuidar de uma hipoglicemia.
Fonte das figuras: Revista Viva Saúde |
De repente dá aquela fome, confusão mental, tremores, suores, fraqueza, coração acelerado, sonolência... Quase toda pessoa com diabetes já sentiu isso. A hipoglicemia pode acontecer com os que usam insulina ou medicação oral.
Na maioria das vezes o próprio paciente identifica os sintomas e ingere algum alimento com açúcar. Em outras ocasiões, necessita-se de socorro. Surgem, então, perguntas muito comuns entre aqueles que convivem com alguém que tem diabetes. Como sei que alguém está com hipoglicemia? O que faço quando isto acontecer?
Por que acontece?
As hipoglicemias significam baixo nível de glicose no sangue (glicemia abaixo de 60 mg/dl). Geralmente são ocasionadas por falta de refeições nos horários corretos, por exercícios físicos excessivos, ou por doses elevadas de insulina e/ou medicamentos (hipoglicemiantes orais).
As melhores alternativas para evitar o surgimento de hipoglicemias são: respeitar os horários corretos das refeições, programar os exercícios físicos (horário e alimentação adequados), seguir as doses corretas de insulina e/ou comprimidos recomendados pelo médico.
Quais são os sintomas?
Os sintomas clássicos de hipoglicemia são suor em excesso, sonolência, fraqueza, coração acelerado (palpitações), tremores, visão dupla ou turva, fome súbita, confusão mental. O valor da glicemia a partir do qual esses sintomas aparecem costuma ser diferente de paciente para paciente, dependendo inclusive da freqüência dos episódios hipoglicêmicos.
Se os níveis de glicemia chegarem a valores muito baixos, acontece o coma hipoglicêmico. Nesta situação, os valores de glicose no sangue estão tão baixos que são insuficientes para o cérebro continuar funcionando adequadamente. Em geral, a pessoa fica semi-consciente (comporta-se como um embriagado) ou inconsciente.
Como tratar?
Paciente acordado, consciente: Oferecer um alimento assim que desconfiar que está hipoglicêmico (preferencialmente confirmado pela medição da glicemia na ponta do dedo).
Deve-se ingerir 15 g de carboidratos, como por exemplo:
1 colher de sopa rasa de açúcar com água
150 ml de refrigerante regular (não dietético) - 1 copo pequeno
150 ml de suco de laranja - 1 copo pequeno
3 balas de caramelo
Aguarde 15 minutos e verifique a glicemia novamente. Caso permaneça menor que 79 mg/dl, repetir o esquema.
Paciente semi-consciente ou inconsciente: Nestes casos, o paciente não consegue mais ingerir alimentos. Não se deve insistir que o paciente se alimente, sob o risco de que aspire o alimento para o pulmão. A melhor opção é injetar glucagon – hormônio que faz o contrário do que a insulina faz, ou seja, aumenta a glicose no sangue. Sugere-se que a pessoa com diabetes (principalmente aquela que usa insulina) tenha sempre consigo uma ampola de glucagon para essas situações. A injeção é subcutânea, como a da insulina.
glucagon |
Outra opção é colocar um pouco de açúcar na mucosa das bochechas, na tentativa de que absorva alguma glicose e a pessoa acorde. Novamente lembramos a possibilidade do paciente aspirar. A administração intravenosa da glicose só deve ser realizada em ambiente hospitalar.
O que acontece se não for tratada a tempo?
Caso não corrigida rapidamente, a glicemia pode ficar cada vez mais baixa. Hipoglicemias severas podem levar a danos neurológicos.
Deve-se tomar cuidado com hipoglicemias durante a gestação. Quando elas acontecem, háá aumento nos hormônios contra-reguladores (que aumentam a glicose), além da ingestão de alimentos ricos em açúcar. Isto pode causar hiperglicemia, que pode trazer conseqüências para o feto e a mãe. Defeitos neurológicos podem ocorrer em fetos de mães que apresentam hipoglicemias severas muito freqüentes.
É importante tomar cuidado com pessoas com diabetes e insuficiência renal. Neles, a insulina passa mais tempo na circulação, antes de ser eliminada pelo rim. Isto aumenta o risco de hipoglicemia.
Dicas para evitar hipoglicemia
O consumo de um lanche antes de dormir (ceia) pode auxiliar na prevenção de hipoglicemia noturna. Os alimentos mais recomendados para este lanche devem conter carboidratos e proteínas (leite ou pão com queijo e presunto, por exemplo);
A monitorização nesse horário é extremamente importante. A glicemia deve ser ajustada sempre para que fique em torno de 100 m/dl;
Ficar atento à alimentação se fizer exercício físico (especialmente se não programado). É necessário medir sua glicemia para ver se é necessário o consumo de carboidratos extras;
Evitar o uso do álcool, principalmente em jejum.
Pois é Sílvia... No caso da Patrícia e de seu filho talvez o melhor fosse glucagon direto mesmo... Mas isso se acostuma aos poucos. Eu já tomei algumas vezes, claro, apliucado pela minha mãe e depois meu marido. Vi seu post sobre hipos sem sintomas. Depois de 25 anos de diabetes praticamente 90% das minhas são assim. Me habituei, não sinto mais. Pode estar em 20% e eu não notar, só descobrir fazendo a glicemia (eu mesma) e verificando. Da mesma forma, posso ter sintomas com 55.... Cada hipo é diferente da outra e não vem com manual de instruções... Nunca tive medo de hipos, mesmo passando por perrengues imensos. Sempre tive o pensamente: hipos não causam complicações, híperes sim! Mas estou tentando aumentar o meu medo, para que eu seja mais prevenida. Agora tenho meu pequeno para cuidar, não posso me dar ao luxo de ter algum problema. Dica para a Patrícia, você e todas as mães que estão vendo esse blog: aprendam sobre os sintomas, meçam frequentemente (a cada 1,5 ou 2h no máximo), estejam sempre preparadas (açúcar, mel, doces, qualquer coisa!), porém em harmonia -> não apavorem seus filhos, não se tornem obcessivas, não os proibam do que querem fazer, estimulem-nos a vencer seus desafios sozinhos a cada dia! Bjos. Fernanda
ResponderExcluirOi Fernanda!
ExcluirObrigada por compartilhar um pouco de sua experiência, aprendemos a conviver com as hipos, digo que hoje sou mais prevenida. Na verdade o diabetes não nos limita em nada. O João tem uma vida super normal.
Temos os cuidados e onde ele vai leva o 'kit sobrevivência' junto e tranquilo, inclusive se vira sozinho em muitas situações.
Um beijo
Obg pelas dicas Fernanda, muita paz e saúde pra vc, bjusss. Agradeço a Silvia tbm pela força. Abraços.
ExcluirAinda nao passei por uma severa com Marília, mas confesso que tenho medo!!!nos últimos dias tem estado alta, difícil de controlar....numa dessas tentativas foi a 45 com ela dormindo!!a gente corrige...mede de novo e vida pra frente e pra cima...sempre....sempre prevenida e sem limitações!!!beijos
ResponderExcluirÉ isso aí Kellen!!
ExcluirBoal pra frente sempre!!!
Um beijo