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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Fortes emoções e altas glicemias

por Ana Beatriz Linardi

O último final de semana foi no clima rock’n’roll.  Começou com horas extremamente agradáveis e delirantes no show do Black Sabbath em São Paulo, na companhia do meu filho mais velho.
Voltamos às três da manhã. Cansada, louca para um banho e cama.
Às seis, tocou o telefone. Alice, que havia dormido na casa de uma amiga: “Mãe, estou passando muito mal”.
Na véspera ela havia detectado um vazamento de insulina no cateter. Mediu a glicemia, na casa dos 400. Trocou e foi dormir.
Fui buscá-la e notei que o cateter trocado apresentava sangue, uma quantidade razoável também no interior da mangueira. Glicemia batendo nos 500.
Trocamos tudo. Vômito, mal-estar. Basal temporária.
Uma hora depois, glicemia ainda alta. Entrei com a caneta com insulina UR para agilizar o processo e verificar se havia algum problema com a bomba. Aumentei a basal na bomba.
Glicemia pouco alterou.
Foi assim o dia todo, até que a Alice começou a sentir dores de garganta. Sua voz ficou embutida. Amidalite? Explicaria as altas glicemias.
Mede de hora em hora, aumentam-se os bolus. Chegamos a 200% de basal.
Alice tomou um balde de insulina. Glicemias altas, sempre altas. Troca o local da cânula, usa outro frasco de insulina e...glicemias altas.
No dia seguinte de manhã, finalmente conseguimos taxa de 149. Muita dor de garganta, mas sem febre, Pronto Socorro.
Nenhuma placa, a garganta só vermelha, a instrução foi aguardar.
A partir daí as taxas começaram a melhorar, mas mantivemos basais de 160% mais os bolus na função “doença” que aumenta 30%.
No dia seguinte, melhora.
O que aconteceu? Acredito que um monte de fatores contribuíram para o descontrole. Virose, entupimento de cateter, vaso sanguíneo atingido, enfim. Juntou tudo mas, sempre fica aquela dúvida.
Diabetes não é cartesiana. Nós lidamos com ela numa zona nebulosa, apesar de cálculos, tabelas e relações pré-determinadas.
O importante é que tudo voltou ao normal. Por enquanto...agora vem a puberdade e sua montanha-russa hormonal.

Fortes emoções ainda nos aguardam. Espero que outros bons shows também! 


4 comentários:

  1. Nossa ...paulera hein!!!
    Mas ainda bem que está melhor, realmente esses recursos da bomba ajuda muito.

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    1. Ajudam sim, Vania, especialmente com a possibilidade de alterações de basais. Mas também lançamos mão de todas as possibilidades extra-bomba nesses casos surpreendentes, sempre em comum acordo com o endócrino que nos acompanha.
      Bjs

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  2. Pelo visto, seja caneta Ou bomba sempre há algo inexplicável nesse nosso quebra cabeças alimentação insulina atividade física...estado emocional.....enfim....existem mais mistérios entre o caminho glicose e células do que supõe a nossa vã filosofia!!
    Beijos

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    1. De fato, Kellen, de vez em quando temos que trabalhar com fatores além da nossa imaginação! rs Essa fase que vai dos 10-11 até uns 17-18 reserva surpresas, por conta dos fatores de crescimento. Temos que ficar atentas mesmo.
      Bjs

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