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domingo, 24 de maio de 2015

Nem tudo são flores.. mas tudo pode ficar bem

Faz um tempo que "conheci" a Gisela, ela é mãe do Ariel de 2 anos, foi diagnosticado com diabetes tipo 1 com 1 ano e meio de idade, desde então nos falamos. Agora a família vai passar a conviver com um novo diagnóstico além do DM1, o Autismo. E a Gisela vem demonstrando uma aceitação e superação que faz com que tudo caminhe melhor. Na sexta-feira me enviou um e-mail que com a autorização dela estou publicando aqui, pois pode motivar outras pessoas. A sua atitude diante dos obstáculos é o que faz a diferença.


Oi Sil, tudo bom?

Hoje eu queria concentrar num assunto especifico com você. Estou doida para contar! Ontem a tarde meu cel tocou e era a secretaria do médico, naquele outro neuro que eu queria tanto ir levar o Ariel. Disse que houve uma desistência para ontem mesmo, e perguntou se eu queria. É claro que eu queria!!

Larguei tudo, peguei o Ariel, avisei o meu marido pra encontrar comigo e fui pra lá. Uma hora e meia de consulta. Eu gostei muito do médico, foi muito bom. E é engraçado eu dizer que gostei e que foi tudo bom, porque na verdade o que ele disse não foi bom. Resumindo, ele disse que para ele o Ariel se enquadra sim no TEA (transtorno do espectro autista). Que ele não tem dúvidas, que o Ariel preenche todos os requisitos. E que o diagnóstico mesmo só pode ser fechado após os 3 anos, mas que para ele é muito claro. Bom, é claro que não é uma notícia boa de se receber, né? Mas, na atual circunstância, eu cheia de dúvidas, na verdade isso foi uma coisa boa.


Porque sendo ou não sendo, eu já vivo isso. Já é a minha realidade, já vivo as dificuldades. Ao contrario da DM1. que quando eu descobri, a partir dali a minha vida mudou. Agora minha vida não vai mudar, ela já é assim, só veio mesmo o "nome" para a situação. Quer dizer, na verdade vai mudar sim, mas pra melhor, eu espero. A partir do momento que eu sei qual o tratamento fazer, quais as terapias, a longo prazo eu espero ter um retorno. Mesmo que pequeno, mesmo que demorado.


O que eu quero dizer é apesar da notícia eu não fiquei triste. Na verdade, triste eu fiquei no dia da primeira médica. Quando ela falou pela primeira vez o nome autismo foi um baque. E fui me acostumando com a ideia, mas ao mesmo tempo eu tinha a esperança de que não fosse. Agora, com essa confirmação, se é que já posso considerar confirmado, não foi mais chocante. A gente se acostuma, reflete... É claro que ainda tenho medo do futuro, de como tudo vai ser. Aquelas coisas: Vai falar? Vai pra escola normal?...


Tem dias que são mais difíceis, o Ariel fica mais irritado, não consegue se comunicar, e a gente vai ficando sem paciência. Nem tudo são flores. Mas no geral estou bem. Conversei com o meu marido ontem na saída do médico, e a gente viu que graças a Deus o Ariel tem uma família estruturada, com condições psicológicas de ajudá-lo, e graças a Deus também estamos conseguindo pagar as terapias, apesar de ser tudo muito caro. Não posso parar de trabalhar, mas estamos podendo oferecer o que ele precisa de tratamento.

E claro, cada dia me apaixono mais por aqueles meninos sapecas e levados que tenho em casa. São umas fofuras, minha razão de viver!

Sil, é isso. Preciso trabalhar agora, mas queria muito te contar. Estou confiante que tudo vai dar certo, que já está dando certo, tudo no tempo que Deus quer.


Beijo, bom fds!!

Gisela



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